JUSTIFICATIVA

A filosofia Clínica tem uma caminhada histórica de mais de trinta anos no Brasil. Se ocupa e elabora, a partir da metodologia filosófica, procedimentos de diagnose e acompanhamento endereçados às questões existenciais, ou seja, trata-se da utilização da filosofia aplicada ao indivíduo.

O método Filosófico Clínico tem suas peculiaridades e demanda uma formação diferenciada. Por se tratar de uma proposta distinta, ela possui um respeito ao modo de ser de cada pessoa, ou seja, respeita a subjetividade de cada estudante que busca a formação clínica. Observando esses aspectos, percebe-se algumas dificuldades no que concerne a alcançar a finalização dos estudos (obter a Habilitação para a Clínica Filosófica). Dentre esses motivos, podemos destacar alguns:

1. A maioria dos estudantes de Filosofia Clínica é composta por professores de Filosofia ou por profissionais que atuam em outras áreas e possuem uma carga de trabalho extensiva, o que dificulta dedicar o tempo necessário para a continuidade da formação;

2. Para a maioria dos estudantes, a simples formação de 24 meses da parte teórica não se faz suficiente para que haja um domínio do vasto conteúdo filosófico clínico, tendo que seguir com a formação de maneira individualizada, refazendo as aulas ou reforçando conteúdos estudados; OBSERVAÇÃO: Nem todos os estudantes procuram fazer a formação continuada, por exemplo, participando de outras turmas de formação no próprio centro ou fazendo os cursos on line oferecidos pelo Instituto Packter, pelo Instituto Vale do Rio Uruguai ou outros centros espalhados pelo Brasil;

3. Os indicadores de desempenho, que apontam em que parte da formação o estudante se encontra depois da formação teórica até a Habilitação à Clínica, costumam não ser tão objetivos a ponto do próprio estudante se localizar e saber o que ele precisa para chegar a apresentação do estágio;

4. O processo de formação tende a ser trabalhoso na sua parte prática, principalmente no que concerne às transcrições de conteúdos gravados nos pré-estágios (Clínicas didáticas) e estágios, e alguns estudantes se desmotivam e não seguem até o desfecho;

5. Há deficiências em alguns centros, no que diz respeito ao material de pesquisa e ao apoio ao estudante durante o processo de formação;

6. Alguns estudantes descobrem, no caminho, que não possuem afinidade com a área terapêutica, e se tornam pesquisadores ou percebem que o melhor para sua existência é utilizar os conhecimentos Filosóficos Clínicos para a própria vida bem como nas suas áreas profissionais, conforme indicado pelo estudo de sua Estrutura de Pensamento;

7. Alguns estudantes se formam em dada época, mas as circunstâncias não são favoráveis para que ele finalize a clínica didática e parta para os estágios.

Há outros motivos, porém os elencados acima são os que consideramos os principais. Com base nessas questões, evidenciou-se a necessidade de desenvolver esse programa, que é um acompanhamento mais próximo a cada estudante que tem como objetivo obter a habilitação ao atendimento de pessoas.